Desde o início da construção que a Alexandra compartilha a nossa aventura, pondo em linha (numerosas) fotografias. Por mim, gostaria de acrescentar uma pedra a este blog (http://www.casaouteiro.blogspot.com/), não ilustrando o nosso projecto de vida, mas descrevendo-o ou em todo caso, tentando descrever…
Como nomear a nossa nova residência?
Casa bioclimática,
Casa semi-troglodita,
Casa solar
Casa ecológica
Casa duradoura,
Casa contemporânea
Ela é ao mesmo tempo um pouco de tudo isso, sem realmente responder 100% a qualquer um estes critérios em especial. E depois, como há uma torrente que atravessa a propriedade, um nome impôs-se:
CASA DO OUTEIRO, “a casa que vaza da fonte”.
Uma casa ideal… bem idealizada! Os grandes projectos iniciais, as bonitas ideias, os conceitos inovadores defrontaram-se rapidamente com a realidade açoriana, pois foi necessário construi-la com os materiais e conhecimentos técnicos locais. Foi assim que a madeira, transformou-se em cimento e pedra (ver os 3 pequenos porquinhos), de inteligente passou a raciocinada (adeus domotique?). A independência energética total será sem dúvida impossível na medida em que a energia eólica foi descartada… o anticiclone dos Açores não é sinónimo de vento razoável e constante: os mais constantes ventos alísios são mais ao Sul.
Uma casa respeitadora do ambiente é uma evidência, e esta escolha é com efeito, uma nova etapa de vida que começou com a decisão de nos estabelecermos nos Açores, de trabalharmos com e para a natureza (espaço.talassa.com), de tentarmos compensar o carbono, resultado da energia “cinzenta” da nossa actividade, de limitarmos o nosso consumo, de consumirmos produtos locais, preferencialmente produtos biológicos e sem demasiada proteína animal!
Uma casa de campanha e alimentadora, quase autosustentada:
- O pomar é conservado, completado e replantado: nêsperas, pêssegos, ameixas, maçãs, pêras, castanhas, abacates, figos, goiabas… e certamente limões e laranjas, uma variedade local, resistente e rústica, “a seleta”.
- A horta é implantada nos 3 terraços do lado oeste do terreno, mais ensolarado. A ideia é, a longo prazo, produzir e consumir os nossos próprios produtos, sem aditivos químicos! Estrume e farinha de peixe serão tolerados! Novas espécies os vizinhos: framboesas e groselhas; li em algum lugar que são carregadas de anti-oxidante… aquilo cai bem então!
- A capoeira (pode ter também com gansos, a negociação com a minha companheira for bem sucedida) será numa parte do pomar, sob as laranjeiras… as galinhas são as mais ecológicas máquina de cortar, e ainda põem ovos como bónus!
Uma casa simples para não exceder um orçamento final de 200.000 euros… tenho medo, a construção alternativa custa! Fazer simples, como:
- Em primeiro lugar comprar um terreno na costa do sul da ilha, mais ensolarada, e com melhores condições de precipitação e temperatura. Um terreno na extremidade da extremidade do caminho para a tranquilidade.
- Orientar a casa mais ao Sul possível. 255º é melhor que conseguimos, a fim de respeitar as linhas de água, os terraços centenários cultivados e a vegetação existente (a casa é alinhada sobre uma sebe existente de faia-das-ilhas endémica.
- Organizar os espaços e ligações de vida: sala de estar, sala de refeição e quartos são expostas ao sul, para aproveitar o sol, enquanto que as “divisões tampão” ficam a norte (cozinha, escritório, vestíbulo). As fachadas norte e leste são enterradas, para respeitar as linhas do terreno e aproveitar da massa geotérmica da terra.
- A casa é assente sobre uma cama de 50 cm de brita (bagacina): não há falta de brita no Pico e o isolamento térmico deste material é bom. Também servirá para isolar o tecto do terraço.
As poupanças de energia.
A menos poluente das energias é a que não se consome.
- Não haverá ventilação forçada, já que nos Açores não se justifica. Mas haverá poços Canadianos, sobretudo devido à humidade
- Iluminação natural pelas grandes janelas envidraçadas ao sul, pelas janelas de tecto e os respiradores a leste.
- Lâmpadas de baixo consumo certamente. Nem sempre é necessário iluminar um espaço “como em pleno dia”: escadas, o vestíbulo, o corredor satisfar-se-ão com LED. As peças não serão iluminadas globalmente, mas unicamente com pontos luz, por exemplo: canto de leitura nos quartos, plano de trabalho na cozinha, mesa na sala de jantar…
- Aparelhos reguladores serão instalados onde é fácil esquecer a luz (e sim, temos duas crianças): cave, sala técnica. Um sensor regulará a iluminação exterior, no estacionamento, nas escadas e nos acessos ao jardim.
- A escolha na aquisição do electrodoméstico é guiada pela carta A e o sinal +, sendo o ideal é A++
- 4 m2 de painel solar térmico e um reservatório de armazenamento de 300 litros (com apoio a electricidade ou a gás), que fornecerão, espero, pelo menos 50% da nossa água quente
A Economia de água:
- Cisterna para armazenagem da água da chuva de 10 mil litros (fabricada no Pico), que servirá para alimentar as casas de banho, a piscina, a máquina de lavar a roupa. A economia de água de rede será de 200/300 litros por dia de acordo com a estação.
- Torneiras economizadoras para limitar o débito e ter a água à temperatura desejada. E para os chuveiros serão montadas torneiras termostáticas
- Economizador (sistema ROCA) de água colocado sobre cada torneira e chuveiro: economia esperada de aproximadamente 20 à 30%, graças ao ar acrescentado na água.
Mais e truques:
- Seremos micro-produtores de electricidade, aderindo ao programa de Microgeraçao: com 25 m2 de painéis foto voltaicos, forneceremos electricidade em excesso à rede pública, enquanto que a rede alimentará a casa nos períodos de baixa de produção (noite, céu nublado…). Se EDA não nos aplicar uma rasteira (baixa dos preços de resgate da energia produzida), os 20 mil euros de investimento serão amortizados em 7 anos. A partir daí é só benefícios!
- O rebordo do tecto na fachada sul é de 1m25 (pé-direito de 2,90 metros) para proteger as divisões dos raios do sol durante o Verão. A profundidade dos quartos é de 4 metros, a fim de aproveitar os raios do sol durante o inverno. A casa também terá a protecção “vegetal” de uma vinha sobre pérgolas. A vinha tem a vantagem de perder as suas folhas no inverno, não impedindo a passagem do sol, e ainda temos o bónus de comer as uvas! Resumidamente, 100% dos raios solares penetram no inverno, e a sua acção é limitada o verão.
- O aquecimento auxiliar a madeira, um “Stuv” (sem ventilação forçada) é colocado ao centro da casa e inserido num muro de basalto de várias toneladas (as pedras são recuperadas no vizinho). Esta pedra vulcânica restituirá as “calorias” à casa durante a noite. Uma outra chaminé está prevista no quarto dos pais para poder eventualmente equilibrar as temperaturas: parece que o nosso futuro será frio, muito frio!
- O encerramento centralizado dos estores dos quartos com o sistema “all in one” da Legrand
- A maior parte das paredes interiores é de madeiras a fim de dar “um ar quente” à casa e também para isolar a estrutura de betão armado.
- A Piscina é “biológica”: quer dizer que a água não é tratada quimicamente, mas com a ajuda de plantas e de uma lagoa preenchida com bagacina. Foi pedida uma autorização para a importação das plantas aquáticas não referenciadas nos Açores, para evitar entrada nos Açores de mais uma espécie de planta invasora. A piscina e a lagoa são aproximadas ao máximo da área residencial, a fim de aproveitar um máximo de isolamento térmico para 67 m3 de água.
- Um caixote de composto será fabricado para o pomar com 4 paletes. A compostagem tem duas vantagens: reduzir a quantidade de resíduos e a produção do húmus.
As lamentações (haverá outras sem dúvida):
- As dificuldades para controlar os danos e a limpeza do estaleiro, a reciclagem dos resíduos de construção: os hábitos não se alteram de um dia ao outro.
- A utilização de betão armado para a construção da estrutura: aqui a durabilidade do material em zona com atmosfera com elevado teor de humidade, compensará em parte o custo em energia “cinzenta” necessária para o fabrico do cimento, do aço, e do transporte para os Açores…
- O abandono da ideia de montagem de vidro triplo: impossível de encontrar ou de comprar (€€€€) em Portugal
- O telhado verde pela razão que acima: um custo adicional de cerca de 5 mil euros no Pico
- A instalação de um gerador eólico, que seria sem dúvida o complemento indispensável aos painéis foto voltaicos, acrescido de um conjunto de baterias, para obter a independência total energética. Tive medo do ruído das pás e a fragilidade, sobretudo dos circuitos electrónicos.
As esperanças:
- Que a nossa casa seja sobretudo humana, que haja felicidade em família e que os nossos amigos aqui se sintam bem
- Que possamos dar ideias aos nossos vizinhos picarotos e aos outros que desejem comprometer-se na construção duradoura… rapidamente que isto vai aquecer!
A seguir…
ola mae como estas eu gosto disso a csa do outeiro
ResponderEliminarBeijos